Mergulho em Naufrágio
Mergulho em naufrágio foi uma das mais excitantes aventuras.
E foi sensacional. Lá estava, uma embarcação de ferro dobrada ao meio em pleno fundo do oceano! Lembrando que lá também existem perigos, só muda o “pacote”: seu equipamento pode se enganchar em alguma quilha, furando uma mangueira e levando seu estoque de ar. É preciso nadar muito lentamente e usar de muita paciência no calculo para se entrar em um novo pavimento. Você deve usar lanternas o tempo todo porque dentro destes ancorados a luz não entra. Lembro bem que a primeira camara que visitei estava completamente escura, um breu. Quando acendi a lanterna, estava em uma sala com centenas de lagostas a minha volta, do teto ao chão. Foi uma cena meio horripilante de inicio, mas ao mesmo tempo um desafio emocional a ser vencido.
É outro mundo.
Dependendo da complexidade do navio, é importante o uso de cordas e nadar em fileira. Uma vez perdido lá dentro, não há o que fazer. Você estará por conta própria. Nesta experiência eu segui todas as regras, principalmente a de vigiar sempre meu ala, se estava por perto e bem. Me senti muito mais feliz com a sensação do dever cumprido.
Entendo que o mergulho é parte fundamental para o treinamento de um astronauta, porque ele visa prepará-lo para as mesmas situações “sem volta” que teremos no espaço. Saber lidar com um equipamento de mergulho é muito similar sob determinado ponto de vista, ao saber lidar com um macacão espacial. Obviamente que este último é um vestuário muito mais elaborado, sofisticado e avançado. Seu valor chega tranquilamente na casa dos milhões de dólares. Falarei mais a respeito da roupa de um cosmonauta em um capítulo à parte, sobre uma simulação em uma piscina chamada hidrolab, em Star City, na Rússia. Nesta experiência, ao invés do naufrágio, temos uma réplica de estação espacial.