Smithsonian Air Space Museum e o Brasil

Museu Nacional do Ar e do Espaço do Smithsonian fica em Washington, DC – Estados Unidos. Foi criado em 1946 como o National Air Museum e para se ter uma ideia, em 2016 aproximadamente 7,5 milhões de visitantes passaram por lá, tornando-se o terceiro museu mais visitado do mundo e o museu mais visitado nos Estados Unidos.

Para mim que sou entusiasta da história da aviação e da astronáutica, o museu contém “mitos” como o módulo de comando da Apollo 11 – primeira nave com êxito na Missão Lunar, a cápsula Friendship 7 que foi pilotada por John Glenn – o pioneiro americano no espaço, O Espírito de St. Louis de Charles Lindbergh – conhecido pela primeira travessia aérea do Atlântico,  o Bell X-1 – a primeira aeronave a quebrar a barreira do som, o incrível módulo do balão de August Piccard – que bateu o primeiro recorde de altitude e foi até a estratosfera na década de 30 e depois com seu batiscafo levou seu filho até o ponto mais fundo da Terra nas foças marinas (década de 60), e até mesmo a Spaceship One original – a primeira espaçonave privada do mundo e da qual derivou a espaçonave que será responsável pela minha chegada ao espaço.

O Museu Nacional do Ar e do Espaço é um centro de pesquisa da história e da ciência da aviação e do voo espacial, bem como da ciência planetária e da geologia e geofísica terrestre. Quase todos os espaços e aeronaves em exibição são originais. Poucos sabem, mas como o acervo não para de crescer, existe um anexo, o Steven F. Udvar-Hazy Center e que fica a uns 20 km do complexo no Aeroporto Internacional de Dulles. O galpão que abriu em 2003 abrange 71.000 m 2 serve de anexo aos diversos aviões que não couberam no prédio principal.

Particularmente, fiquei emocionado com a singela e pequena lembrança de nosso Santos Dumont, que muito embora não possui um acervo a altura de sua contribuição para a história e o desenvolvimento aeronáutico, ao menos não foi esquecido. Bem ao contrário dos irmãos Wright que possuem um salão enorme dedicado aos passos destes pioneiros, desde um pente de cabelo até uma réplica de seu flyer em tamanho natural, Santos Dumont tem uma réplica de brinquedo e 2 placas com texto bem resumido sobre nosso inventor no rodapé de uma das salas de história aeronáutica. Na minha visão, a culpa é toda nossa: mesmo aqui no Brasil vivemos um momento péssimo na conservação de nossos acervos, basta citar a ressente queima do nosso maior Museu, o Museu Nacional do Rio de Janeiro onde perdemos nossas melhores exposições científicas, assim como o Museu de História na casa de retortas que está 7 anos em construção e sem perspectiva de abertura ou o Museu do Ipiranga que encontra-se fechado, com previsão de abrir somente em 2022. O descaso é total. Se quisermos falar em aviação a situação piora: nosso equivalente ao Smithsonian, o museu da TAM, reconhecido pelo mais completo material aeronáutico do Brasil encontra-se fechado e sem previsão de abertura. Seu acervo está sendo destruído pelo tempo. Nosso Jaú e a emocionante história de João Ribeiro de Barros não é sequer lembrada em dez de cada dez brasileiros. Vale a pena ler https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Ribeiro_de_Barros

Mas e Santos Dumont? A falta de unidade é incrível. Deveríamos ter um Museu exclusivo com todas as obras sobre uma curadoria especializada, com recursos e estrutura adequados. Sugiro a leitura da matéria escrita pelo meu amigo e companheira da Fundação Alberto Santos Dumont sobre a atual realidade e que resume nosso desespero:

http://santosdumontvida.blogspot.com/2010/09/lugares-para-se-ver-santosdumont-nos.html

Convoco todos que estão lendo estas linhas a se juntar de boa fé em conduzir a transformação cobrando de nossos políticos a restauração de nossa rica história e cultura com a dignidade que precisamos como nação, porque somente com a preservação do nosso passado podemos contribuir com nosso presente e mudar nosso futuro.

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