Especialista e pesquisador de Alberto Santos Dumont
Especialista e pesquisador sobre a vida de Alberto Santos Dumont – Marcos Palhares é dono de um dos maiores acervos históricos sobre os pioneiros da aviação e sobre a exploração astronáutica. A lista de seu acervo sobre Dumont contém 181 arquivos, incluindo Livros, Revistas, Jornais, cartões postais antigos, cédulas, moedas, selos, aeromodelos, documentos históricos, fotos, gravuras, patches, apólices e autógrafos. Ele mesmo é autor de 2 livros da Editora McHilliard: ”Quem Inventou o Avião?”, Epílogo do renomado fundador da EMBRAER, Ozires Silva; e outro ”O Céu não é o Limite”, prefaciado pelo astronauta Marcos Pontes.
Palhares é o administrador da maior comunidade no Facebook sobre Santos Dumont e também da maior rede de Dumontólogos no Whatssap. Marcos Palhares realiza palestras sobre Santos Dumont em eventos de público nerd, como a Campus Party, mas também é facilmente encontrado em Podcasts no YouTube quando se coloca na busca seu nome seguido do termo ”Dumont”, onde aparece praticamente em todos canais da rede sobre Aviação. Ele tem defendido também em programas populares como o FLOW, Inteligência Limitada, PodPah, Ticaracaticast entre outros, a primazia de Santos Dumont ante aos alegados voos dos irmãos Wright.
Segundo Palhares, o primeiro voo público e aberto a imprensa dos irmãos Wright só ocorreu em Agosto de 1908, quase 2 anos após o primeiro voo de Santos Dumont e ele prova isso usando documentos da época dos acontecimentos, inclusive os principais jornais especializados estadunidenses. Conforme conta-se atualmente pelos norte americanos, o voo teria ocorrido em Dezembro de 1903, bem antes do voo de Dumont que foi presenciado em 1906 e Palhares esclarece a contradição:
”Em dezembro de 1903 existe um telegrama dos Wright Brothers enviado ao seu pai alegando um voo de 57 segundos e isto é só. As testemunhas não foram relatadas no momento deste acontecimento e apareceram em narrativas muitos anos depois, assim como as fotos dos voos de 1903, 1904 e 1905 defendidas pelos biógrafos norte americanos. Estas fotos nunca apareceram na imprensa nestes anos e isso é um fato geralmente omitido ou desconhecido pela maioria dos defensores dos Wright. E o mais importante, é que os Wright só conseguiram mostrar um voo para o público e para a imprensa em agosto de 1908, quando já haviam mais de uma dezenas de pilotos voando na Europa, ou seja, não era mais novidade voar. Antes de sentirem-se seguros para a demonstração pública, os Wright estiveram na Europa para estudar os mecanismos usados pelos demais pioneiros e compraram um motor francês para seu Flyer (avião) em 1907, realizaram as adaptações em seu planador e só então conseguiram mostrar o voo de 1908. Perceba que não parece justo a alegação de que os Wright tenham sido os primeiros a voar, já que eles nitidamente tinham interesse na patente da invenção do avião e precisavam provar que eram pioneiros a todo custo. As provas e os fatos são contrários ao divulgado pelos historiadores norte americanos, já que mesmo os jornais da época nos Estados Unidos contestavam a veracidade das histórias contadas pelos Wright (Jornal Revista Scientific American 13/01/1906 matéria desconfiando performance Wright). Os Wright nunca mostravam um voo, faltavam em suas demonstrações ao Governo americano que tinha interesse no invento que ofereciam grandes quantias pela invenção. Nem mesmo cediam fotos comprobatórias que atestavam suas histórias (antes de 1908 enviavam apenas fotos de um planador, que é um avião sem motor e já existiam fartamente pelo mundo). Além disso, o avião finalmente mostrado em público em 1908 pelos Wright não continha rodas e precisava de uma catapulta para a decolagem, muito diferente daquilo que entendemos ser um avião e que a maioria já fazia. Portanto, não tenho dúvida de que o que se sabia no época dos fatos, era o primeiro voo realizado por Santos Dumont, divulgado, fotografado, presenciado por milhares de testemunhas e homologado por um comitê aeronáutico criado para este fim (FAI – FEDERAÇÃO AERONÁUTICA INTERNACIONAL). Todo o feito de Dumont foi publicado em revistas científicas que atestaram seu pioneirismo no voo do mais pesado que o ar, decolando com seu próprio motor e ganhando ares, tudo relatado pelos jornais do mundo inteiro. Narrativas construídas ao longo do tempo por povos que tentem contrariar estes fatos e reescrever a história ao seu favor devem ser combatidas e eu considero isso meu dever e de todo cidadão brasileiro.”


