Astronomia, Voluntariado e Dedicação
O trabalho de alguns estudantes de Campos de Goytacazes chamou a atenção de uma Universidade americana. Eles fazem parte do clube de astronomia e em pouco tempo descobriram mais de 60 asteróides. São meninos que sempre tiveram interesse na área da ciência, em especial o estudo da astronomia. Eles participam do Clube de Astronomia Louis Cruls, no Rio, coordenado pelo professor Marcelo de Oliveira.
A descoberta foi tão animadora, que os meninos foram até convidados pra fazer um curso no exterior com quem mais entende do assunto. O projeto é uma parceria entre a Universidade de Tarleton nos Estados Unidos e o Clube de Astronomia, brasileira. O projeto visa que alunos de escolas públicas e privadas estudem imagens capturadas por telescópios americanos em busca de corpos celestes. Uma vez feita a descoberta, a Universidade americana é avisada, e um novo bólido é catalogado.
Atualmente, o Brasil depende destas imagens porque não há grandes telescópios nessa região. A luta do professor Marcelo de Oliveira Souza, é ter mais observatórios para olhar mais distante o universo e quem sabe, algum dia, ter equipamentos próprios para que este time possa realizar descobertas à partir de observações realizadas do Brasil.
Somente estes estudantes do Rio já descobriram 63 meteoros confirmados pela Universidade americana, trabalho este que garantiu aos jovens o convite em um curso de 1 semana nos Estados Unidos. No entanto, o custo pra levar cada estudante fica em torno de 5mil dólares, o que significa a necessidade de apoio e incentivos externos.
Foi neste ponto que chamou a atenção do empresário Marcos Palhares. Ele próprio aluno do Clube de Astronomia de São Paulo – CASP, encontrou nesta área um grupo de professores voluntários que garantiu muito de seus conhecimentos atuais sobre esta ciência. “Se não fosse o apoio de professores dedicados como Denis Zogbi, Denise Maciel e Renato Cássio, que ministraram o curso de Astronomia totalmente gratuito para mim e diversos outros alunos, eu não poderia imaginar que existe uma área tão incrível, com pessoas fabulosas e de enorme potencial compartilhando conhecimentos de forma gratuita”. Segundo Palhares, que avalia esta cidade no interior do Rio “é triste assistir nossas mentes brilhantes sofrendo com as limitações de nível físico estrutural nas escolas. Isso só contribui para nossa dependência continuada de países desenvolvidos”. Ainda sobre esta dependência segundo Palhares, “os laboratórios não contam com equipamentos apropriados para o desenvolvimento e capacitação destes jovens na esfera astronômica, o que os impede em realizar descobertas”.
Palhares foi mais um cidadão que enxergou nestes alunos do interior do Rio de Janeiro uma possibilidade de crescimento na profissão e que podem contribuir muito com a Astronomia brasileira. Comprou a ideia, colaborou investindo recursos e espera que os mesmos sejam bem sucedidos na carreira de astrônomos.
“Conheço pessoalmente o esforço do professor Marcelo de Oliveira, um profissional sempre atuante em difundir esta ciência, criador do Encontro Internacional de Astronomia, conseguiu trazer ao Brasil nomes importantes da Astronomia e da Astronáutica como o astronauta Buzz Aldrin, Stephen Ramdsen, Mike Simmonsen, Pedro Ré, Patrick Miller, Anousheh Ansari, além de diversos nomes gabaritados pelo mundo. São palestras realizadas aqui e totalmente gratuítas, onde a própria organização do evento arca com alojamentos para alunos carentes e interessados vindos de outros Estados, um trabalho bonito e que merece reconhecimento” – afirma Palhares.
“Para se ter uma ideia, uma palestra de Buzz Aldrin, astronauta da primeira missão na Lua custa em torno de R$ 150mil reais, mas o professor Marcelo conseguiu realizar o evento sem cobrar nada dos interessados. Isso por si só justifica o trabalho sério que vem desenvolvendo com estes meninos” – complementa.
Todos reconhecem, no entanto, que sem o apoio e iniciativas como a do Professor Marcelo do Rio, e dos professores Denis, Denise e Renato de São Paulo, as possibilidades para iniciantes na astronomia são bem difíceis.
O curso aconteceu no final de março de 2015. Na foto, Marcos Palhares entrega prêmio ao estudante Adonis Teixeira, um dos beneficiados pelo programa e que fez bonito para o Brasil. O aluno se dedicou e descobriu diversos asteróides que agora aguardam a confirmação internacional. Na foto, foi um dos estudantes homenageados na Câmara de Vereadores de Campos de Goytacazes, no Rio. “Ele (Palhares) e o Marcos Pontes são uma inspiração pra mim” – resume o estudante Adonis.