Livro O Céu não é o Limite e Richard Branson
Dia 30 de Maio era dia de visita de Sir.Richard Branson ao Brasil. Sim, ele mesmo, o dono da empresa espacial Virgin Galactic e de outras tantas empresas, cerca de 300 no total. As empresas deste que é um dos bilionários mais ricos do planeta vão desde companhia aérea nos Estados Unidos, cia de trem na Espanha, telefonia na Austrália ou até da Coca-Cola na Inglaterra. Não se sabe se ele realmente lembra o nome de todas, mas a queridinha delas é mesmo a Virgin Galactic, como ele mesmo falou uma vez: “Os executivos da diretoria ficaram loucos comigo, porque a função deles é prestar consultoria sobre onde devo colocar meu dinheiro para multiplicá-lo e assim comprar mais empresas e de repente apareci com essa ideia nem um pouco segura, sobre algo que pode custar mais do que o resultado. Ainda assim, acho que para alguém que já tem tudo como eu, arriscar não é o verdadeiro problema, então penso que é muito melhor trabalhar pela história e trazer um legado para a humanidade, algo que nem mesmo eu compreendo realmente quais coisas maravilhosas conquistaremos… ”
E foi para ouvir isso que eu, como representante de vendas da Virgin Galactic no Brasil estava lá na coletiva de imprensa com meu amigo Marcello Garcia para saber um pouco mais sobre o que se passava na cabeça de Branson.
Eu estava realmente preocupado com o avanço da concorrência, porque enquanto seguem os testes na SpaceShip Unity, Jeff Bezos apareceu na surdina com seu novíssimo foguete New Shepard decolando e pousando na vertical, atingindo rapidamente a linha de Karman a 100 km de altitude para a surpresa de todo o mundo aeroespacial, abrindo os holofotes para sua recém criada companhia Blue Origin.
Mesmo com uma centena de jornalistas a sala, fui o primeiro a receber a autorização e ter a palavra:
– Na sua opinião, como o senhor vê o avanço da Blue Origin no mercado de turismo espacial?
Richard sacou o microfone, e após desculpar-se que um caroço de amendoim incomodava entre seus dentes, comunicou:
– Eu acho que esses caras estão fazendo um enorme sucesso, ou seja, estão realizando o que se propuseram e por isso tem minha admiração. Eu espero que eles sigam em frente, já que quanto mais empresas investirem neste setor, melhor será o benefício para todos.
Sua resposta clara e precisa era que ele não teme a concorrência, ou a primazia no feito, ou mesmo o risco de perder o momento que ele vem criando no quesito “turismo espacial”. Aparentemente, Sir. Branson não parece um homem ambicioso como eu imaginava, ele não se preocupa em estar à frente da concorrência, talvez porque ele já conseguiu muito no passado e não precisava provar mais nada a ninguém. Ele já conquistou o topo do mundo corporativo tantas vezes que me parece que isso perdeu significado a ele.
Dei um passo à frente e entreguei o livro que escrevi, O Céu não é o Limite, único livro do gênero escrito no Brasil, focando exatamente em sua companhia inovadora, a Virgin Galactic. Ele entendeu na hora, deu um sorriso, percebeu meu uniforme do seu grupo, pousou para a foto e após responder mais 5 perguntas dos jornalistas, saiu desfilando com meu livro pelos corredores entre seus braços, sem preocupar-se em deixá-lo bem amostra para as câmeras de televisão que o cercava.
Feliz por um lado, desapontado por outro. Ele estava mais preocupado com o que estava ocorrendo na região da Cracolândia em São Paulo, achou um absurdo a desocupação do lugar e defendeu a liberação do uso de drogas. Depois, explicou ser Ateu. Não era bem o que eu gostaria de ouvir. Mas minha admiração por ele será sempre ímpar e positiva, porque ninguém chega onde ele chegou por acaso, uma experiência de vida única. Confesso que nesta visita enxerguei outro Richard, ele diminuiu seu brilho, não deseja ser o protagonista. Este foi meu terceiro encontro com ele. Quem sabe ele reverta essa impressão mostrando na prática o que mais sabe fazer, um verdadeiro mago do mercado business, um homem sem limites…